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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

POLICIAL DE FOLGA - TAP - Técnicas de Ação Policial

foto: google
 
POLICIAL DE FOLGA
 
Elson Matos da Costa, Delegado Geral de Polícia. Coordenador/Professor da ACADEPOL/MG na disciplina de TAP – Técnicas de Ação Policial. Segundo Período de Jornalismo.

            Na madrugada desta segunda-feira, (18/06) dois militares foram baleados na cidade de Contagem no momento em que se encontravam dentro de um bar. Os dois estavam de folga quando foram surpreendidos por um homem que atirou nos dois, o cabo Anderson, lotado no 33º Batalhão da PM, e o sargento Matias, da 1ª Companhia de Missões Especiais sendo que o primeiro recebeu um tiro no peito e outro no abdômen. O cabo se encontra em estado grave. Além deles o dono do bar também recebeu um tiro na perna.

            O que isto tira de lição para todos os policiais, sejam eles militares, civis, federais? Ao contrário do que pensam muitas pessoas o policial necessita andar armado durante as 24 horas do dia, não importa o local aonde vá. Sempre será possível se deparar com aqueles que um dia por ele foram presos. O policial fatalmente, devido a sua atividade constante, se esquecerá daquele que prendeu, mas o marginal nunca, sempre se lembrará daquele que cometeu uma “injustiça” com aquele coitado levando-o a prisão apenas porque cometeu um “pequeno” latrocínio.

            Andando armado estará ele a salvo de possíveis emboscadas? É claro que não. Além de estar armado, preparado para defender a sua vida ou a de terceiros ainda terá de estar atento ao que acontece nas proximidades. Estamos vendo em São Paulo o aumento de ataques aos restaurantes onde um bando armado invade o comércio e assalta a todos que ali se encontram. O policial estando neste local com a família terá que tomar muito cuidado se pensar em reagir. Colocará a esposa e filhos em perigo com sua reação? E os demais fregueses e funcionários? Isto tudo terá que ser pensado. E caso seja descoberta a sua identidade o que poderá ocorrer? São pensamentos que devem estar sempre presentes, repito, 24 horas, na vida do policial.

            Caso tome a decisão de reagir a um assalto ou no caso dos dois policiais acima citados a uma emboscada, os mesmos devem estar alerta sobre quem entra, sai, levanta-se, circula pelo ambiente. Procurar um local onde possa avistar tudo o que acontece dentro do ambiente deste comércio e não perder os reflexos durante o tempo em que ali permanecer e no trajeto para casa. Qualquer lugar poderá ser usado para a ação de marginais, mesmo quando estiver chegando a casa e entrando na garagem com o carro. Todo cuidado é pouco.

            A sua arma deverá estar sempre ao alcance das mãos e fácil de ser sacada caso precise fazer uso dela imediatamente. Arma dentro de bolsa, polchete ou no carro enquanto estiver no restaurante não lhe ajudará em nada. O treinamento também é muito importante porque lhe ajudará a tomar as decisões mais adequadas ao momento de extremo estresse em que o policial estará. Sempre se lembrar que deverá se abrigar antes de anunciar o “POLÍCIA, JOGUE A ARMA NO CHÃO” ou devido as circunstancias já iniciar os disparos onde a sua vida e de terceiros estejam correndo risco imediato.  O abrigo deverá proporcionar segurança, como uma pilastra grossa de cimento, um freezer cheio de garrafas, balcão de cimento, etc. Desta forma mesmo que o policial erre os primeiros tiros e haja reação por parte do (s) marginal (is) ainda assim estará em condições de continuar a se defender. Isto irá demorar poucos segundos já que os marginais não querem ficar indefinidamente em um local onde encontraram resistência e que reforços policiais podem estar chegando. Desta forma tentarão sair desta situação o mais rápido possível. É preferível neste caso específico, deixar um local de fuga para que assim termine o terror para as demais pessoas que se encontram no restaurante, por exemplo. Posteriormente os mesmos serão identificados e numa situação mais confortável virem a ser presos.

            O importante é que o policial esteja sempre atento ao que acontece à sua volta e evitar locais onde possam encontrar surpresas, assim deixar de frequentar a noite é uma das sugestões. Outra é que faça reuniões na própria casa ou de colegas de serviço evitando se expor demais e assim ter surpresas desagradáveis que colocam em risco a integridade física do policial, de sua família e demais inocentes que estejam em volta. Quando um policial tomar uma decisão de confrontar os marginais é porque entende que a sua vida está correndo um sério risco ao ser descoberto por se tratar de um agente da lei e aquelas pessoas vieram até aquele local exatamente para executá-lo. Ao entrar em um local pense sempre na possibilidade de algum ataque e já trace suas estratégias caso isto viesse a ocorrer. Não seja apanhado de surpresa. Pense e aja sempre na frente e dificilmente será pego.

            O fato ocorrido nesta madrugada com os dois militares na região metropolitana de BH apesar da tristeza do acontecimento serve para que possamos pensar sobre o assunto e não sejamos envolvidos numa ocorrência deste tipo. Todos estamos sujeitos a nos tornarmos vítimas deste tipo de ação criminosa. Assim precisamos nos precaver.
 
 
 

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