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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Uma a cada quatro armas apreendidas pela polícia na cidade de SP é de brinquedo

Constatação faz parte de um dos dois estudos apresentados pelo Instituto Sou da Paz

Entre as 4.899 armas apreendidas em situação de roubo, 62% são armas de fogo industriais e 37% são réplicas
AP Photo/Alexandre Meneghin

Uma a cada quatro armas de fogo apreendidas pela polícia e levadas para o Núcleo de Balística da Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo, entre 2011 e 2012, é simulacro, de pressão ou brinquedo. A constatação faz parte de uma das pesquisas apresentadas nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Sou da Paz, durante o “Seminário 10 anos do Estatuto do Desarmamento — Avanços e desafios para a redução dos homicídios no Brasil”, em São Paulo.

O estudo, desenvolvido com a finalidade de mostrar o perfil do armamento utilizado em crimes na capital paulista, mostrou que 25,8% em um total de 14.488 armas são simulacros — metade foi utilizada em roubos. A pesquisa observou que este tipo de artefato aumentou de 23,1% em 2011 para 28,4 % em 2012, e considerou o crescimento preocupante.

A diretora do Instituto Sou da Paz, Luciana Guimarães, comentou o aumento.

— Como está mais difícil obter arma de fogo, você começa a ter um percentual maior de armas de brinquedo. Ainda é um percentual muito menor do que o das armas de verdade, mas se tem um aumento.

Umas das avaliações feitas no trabalho foi que “apesar de o Estatuto do Desarmamento proibir a fabricação, a importação e venda deste tipo de artefato, não há nenhuma consequência administrativa ou criminal ao descumprimento”.

Entre as 4.899 armas apreendidas em situação de roubo, 62% são armas de fogo industriais e 37% são réplicas.

 Ainda conforme a pesquisa, do total, 74% das armas correspondem a apenas três crimes. São eles: roubo (34%), infrações previstas no Estatuto do Desarmamento (32%) — como porte ilegal, por exemplo — e homicídios (9%).

 Revólver é o principal tipo de arma usada em crimes na cidade (59%). Na sequência, aparecem pistola (32%) e espingarda (4%). As armas fabricadas até 2003, quando o estatuto ainda não estava em vigor, correspondem a 64% do total. Para Luciana, isto sinaliza que o País ainda está “enxugando gelo”.

— Outra coisa que a pesquisa mostra é que a gente ainda está enxugando gelo da política pré-estatuto do desarmamento. A maioria das armas, o ano de fabricação é anterior a 2003. Como a arma dura muito tempo e não tinha política de controle, essas armas continuam sendo as armas do crime.

Grosso calibre
O estudo desconstruiu o mito de que armas de maior poder de fogo predominam. Segundo a pesquisa, elas representam menos do que 2% do total. Entre as 231 apreendidas durante o período, 17% são submetralhadoras artesanais. A conclusão, conforme o trabalho, é de que isso revela que, diante da dificuldade de abastecimento desse tipo de armamento, “criminosos estão organizando produções próprias, inclusive com indício de produção em grande escala”.

A pesquisa mostrou ainda que armas de fabricação nacional são o principal problema para a segurança pública em São Paulo.

Participaram da abertura do seminário, que termina na sexta-feira (13), o secretário de segurança pública do Estado, Fernando Grella, e o secretário de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, Rogério Sottili.

Desarmamento

De 2004 até a 24 de novembro deste ano, 644.403 armas foram entregues voluntariamente durante a Campanha Nacional do Desarmamento. Entre maio de 2011 e novembro de 2013, o número foi 88.154. Com base neste último resultado, é possível dizer que São Paulo foi o Estado que mais entregou armas (7.859), seguido por Bahia (3.800) e Rio Grande do Sul (3.453). Roraima apresentou o pior resultado, com apenas 14 armas devolvidas.

Já os Estados com maiores taxas de entrega a cada 100 mil habitantes foram Pernambuco (33,13) e Rio Grande do Sul (32,28). Na outra ponta, com a pior taxa, aparece o Pará (2,57).
 
fonte: r7.com

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