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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SSP confirma 18 mortes em ataques em Osasco e Barueri

'É a maior chacina em SP este ano', disse Alexandre de Moraes.
Polícia investiga se mortes têm relação com mortes de policial e guarda civil.

Do G1 São Paulo

O secretário da Segurança Pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse que 18 pessoas morreram nos ataques da noite desta quinta-feira (13) nos municípios de Osasco e Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. Outras sete pessoas ficaram feridas. Mais cedo, a Polícia Civil falava em 20 mortes.


Moraes informou inicialmente que um assassinato em Itapevi, também na Grande São Paulo, tinha relação com a chacina. No fim da tarde, porém, ele informou que as investigações descartaram a ligação deste crime com os demais.

De acordo com Moraes, 15 mortes foram em Osasco e três em Barueri. "É a maior chacina deste ano", afirmou o secretário. Seis vítimas já foram identificadas – cinco delas tinham antecedentes criminais.

A polícia apura o elo entre os crimes e a morte de um PM e de um guarda civil nos últimos dias na região. Ninguém havia sido preso até o começo da tarde desta sexta-feira (14).

"Não há uma hipotese principal de investigação, mas não é descartada a possível relação com dois outros latrocínios que ocorreram na sexta-feira passada e o outro em Barueri", disse o secretário.

"Não descartamos nenhuma hipótese, e o envolvimento de policiais no caso deverá ser uma das teses possíveis levadas em consideração", completou.

Ao G1, o prefeito de Osasco, Jorge Lapas, já havia afirmado que a série de ataques pode ter relação com as mortes do PM e do guarda civil neste mês. O PM foi atingido por 14 disparos quando chegava para fazer um "bico" em Osasco. Já o guarda foi baleado durante uma tentativa de assalto a uma adega, em Barueri.

De acordo com o prefeito, nos ataques desta quinta os matadores perguntavam se os alvos tinham ficha criminal. “Alguns vídeos que temos visto mostram que eles entraram encapuzados, perguntaram se as pessoas tinham antecedentes e atiravam nas que tinham.”

Famílias das vítimas dos ataques foram ao Instituto Médico Legal (IML) de Osasco para liberar os corpos na manhã desta sexta-feira. Em desespero, os parentes se diziam revoltados com a falta de segurança em seus bairros e afirmavam que seus familiares não tinham qualquer ligação com o mundo do crime.

Ao todo, 12 locais foram atacados. Investigadores encontraram neles cápsulas de armas de revólver calibre 38, 380 e pistola 9 mm – esta última é uma arma privativa das Forças Armadas. Antes, a Polícia Civil disse ter encontrado pistolas ponto 45.

Segundo o secretário, a perícia vai analisar as cápsulas para ver se os crimes teriam sido cometidos pelo mesmo grupo ou por grupos diferentes.

Na operação, trabalhará uma equipe de 50 policiais civis, sendo 30 do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) e 20 do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Serão 12 peritos e 8 médicos legistas. Na tarde desta sexta, haverá uma reunião do secretário da Segurança com a Seccional de Osasco para definir a sequência da investigação.

Onde foram os ataques

Os ataques começaram às 20h30, em um bar no Jardim Munhoz Júnior, em Osasco, já perto do limite com Barueri. Quatro pessoas baleadas morreram no bar. Outras seis morreram pouco depois ao serem socorridas.

Uma testemunha contou ao Bom Dia São Paulo como foi a ação dos criminosos. "Chegaram dois carros com vários indivíduos, em frente ao bar. Não procuraram por ninguém. Chegaram aqui, bateram em todo mundo que eles viram e saíram correndo rapidamente, saíram rua abaixo e chegaram aqui embaixo, onde deram mais tiros em um pessoal que estava parado lá, também não acertou ninguém, mas foram embora", relatou a testemunha, que não quis se identificar.

Vários ataques ocorreram nas horas seguintes em outras ruas de Osasco: Moacir Sales D'Ávila, Suzano, Vitantônio de Abril e Professora Sud Menucci e nas avenidas Eurico Cruz e Astor Palamin. Segundo testemunhas, os ataques aconteceram até as 22h na cidade.

Já em Barueri, uma pessoa foi morta por volta das 22h15 na Rua Carlos Lacerda. Cerca de uma hora depois, outros dois homens foram assassinados a tiros na Rua Irene. "Esses dois indivíduos baleados estavam sentados tomando uma bebida quando pessoas saíram do carro e passaram a atirar contra eles", disse o sargento da PM Flávio Sabino.

Vídeo obtido pelo Bom Dia Brasil mostra dois homens encapuzados entrando em um bar de Barueri. Eles rendem algumas pessoas. Há correria na hora dos tiros. Ao sair, os suspeitos seguem atirando.


Parte dos feridos foi levada para o Hospital Municipal de Barueri e para o Hospital Geral de Itapevi. Segundo o Bom Dia São Paulo, um dos sobreviventes foi baleado no rosto e foi operado em Itapevi. Outro rapaz, atingido no abdômen, também passou por cirurgia e está na recuperação na unidade de Barueri.

Moradores relatam ataques

Mensagens de áudio compartilhadas pelo aplicativo Whastapp relataram os ataques em série na Grande São Paulo na noite de quinta-feira (14). As gravações obtidas pelo G1 citam pessoas baleadas em diferentes pontos de Osasco, além da descrição de veículos usados por supostos atiradores e a chegada de mortos a um hospital (ouça no vídeo acima e leia trechos dos áudios abaixo).

"Vocês que estão em casa, não saiam mais de casa. Estou aqui no pronto-socorro com o meu avô e acabaram de chegar mais de 10 pessoas mortas porque teve uma chacina aqui no começo do [Jardim] Imperial"

"É um Palio prata e uma [moto] 300 [cilindradas] amarela. Dois caras na 300. Não sai para a rua não, está tenso. Mataram mais dois aqui"

"O barato é sério. Os caras pegaram uns oito aqui na final da [Avenida] Diretriz. Na Eurico [Avenida Eurico da Cruz] deram uns tiros ali também. Lá no [bairro Jardim] Helena [Maria]. Os caras tá (sic!) rodando com um Vectra preto, tá sentando o pau na rua ai. Vamos ficar em casa, de boa, ai pessoal".

"Acabaram de matar mais três caras aqui na Eurico [Avenida Eurico da Cruz]. Dois aqui na pracinha, no começo, e outro aqui embaixo. Metralharam o moleque".

Uma moradora ouvida pelo G1 disse que muitos alunos não foram para a escola na manhã desta sexta-feira (14). Ela relatou que a filha recebeu pelo Whatsapp fotos de algumas das pessoas mortas. O clima é de tensão. Ela mora próximo de um dos locais dos assassinatos em Osasco.

Um dos locais da série de ataques em Osasco e Barueri 
(Foto: Edison Temoteo/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Local da série de ataques em Osasco e Barueri (Foto: Nivaldo Lima/Estadão Conteúdo)
Vítima da série de ataques em Osasco e Barueri 
(Foto: Edison Temoteo/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Série de ataques em ruas de Osasco (SP), deixa 14 mortos e 9 feridos na noite desta quinta-feira (Foto: Nivaldo Lima/ Estadão Conteúdo)

fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/08/secretario-confirma-19-mortes-em-ataques-osasco-barueri-e-itapevi.html

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