Material pertencia a bandidos que invadiram local para fugir da PM.
Ao todo, 10 homens foram encaminhados para 36ª DP (Santa Cruz).
Material apreendido foi encaminhado para 36ª DP
(Foto: Divulgação/ Pmerj)
(Foto: Divulgação/ Pmerj)
Segundo a SMDS, os homens fugiram de uma operação da polícia na favela de Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste, e entraram no abrigo para se esconder. A PM confirma a incursão na comunidade. Entre as drogas apreendidas estavam cocaína, maconha, pedras de crack e ecstasy. Além da pistola, foram apreendidos três carregadores, munição e dois rádios transmissores.
Em nota ao G1, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social informou que a invasão dos criminosos não causou nenhuma intercorrência no abrigo de Paciência.
'Disneylândia do Crack'
Em janeiro de 2013, o G1 entrou no abrigo de Paciência e conversou com frequentadores do local. Um deles definiu o local como 'Disneylândia do crack'. Todos afirmam que há uso de drogas no local e que não há qualquer tipo de tratamento. O abrigo é o maior espaço que a prefeitura tem para levar moradores de ruas – boa parte deles dependentes químicos – recolhidos na capital.
O Rio Acolhedor é uma unidade de reinserção social de usuários de crack mantida pela Prefeitura do Rio. Procurada pelo G1 na época, a Secretaria municipal de Assistência Social – responsável pelo projeto – informou que não se pronunciaria mais sobre as denúncias e que a declaração do coordenador do abrigo era a posição oficial da pasta.
De acordo com a secretaria, o trabalho de acolhimento de usuários em cracolândias é realizado desde março de 2011. No entanto, desde outubro de 2012, após a ocupação das comunidades de Manguinhos e Jacarezinho, onde existia a maior cracolândia do Rio, esse trabalho foi intensificado.
Drogas e abuso sexual
Segundo os moradores de rua, os educadores são coniventes e recebem dinheiro para liberar o uso de drogas. Eles denunciam ainda que alguns funcionários até compram entorpecentes, em uma boca de fumo que funciona do outro lado do muro do abrigo.
Os recolhidos dizem também que muitos viciados preferem ficar na instituição pela facilidade que encontram no local. "Lá a droga é mais fácil, por incrível que pareça", afirma uma mulher de 39 anos, que ficou acolhida por um mês no abrigo e que, com alguma frequência, retorna ao local.
Uma moradora conta que já foi abusada sexualmente por um educador. "A gente às vezes é obrigada a ter relações com os funcionários, porque senão a gente entra... a gente apanha. Se você não permitir, é agredido, é espancado, entregue a outras pessoas que dali sua vida é tirada".
Um dos moradores de rua relata que costumava fazer festas dentro dos quartos. "A gente chegava com muito dinheiro, queria ter um lugar reservado para usar droga e lá dentro não pode usar droga, certo? Então pra poder usar lá dentro a gente tem que pagar. Botar uma atividade (vigia) na porta, pra quando o administrador entrasse. Mas os educadores já estavam tudo comprado. Ninguém entrava lá dentro, a não ser nós do coletivo. Só quem entrava no quarto eram os convidados", conta.
FONTE: g1.globo.com
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