Nenê do Simioni é citado em negociação entre brasileiro e paraguaio.
Escutas feitas pelo MPE com autorização da Justiça revelam esquema.
Escutas feitas pelo MPE com autorização da Justiça revelam esquema.
As investigações do Ministério Público Estadual (MPE) na megaoperação deflagrada contra uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas identificaram que o traficante de Ribeirão Preto (SP) Nenê do Simioni, além de negociar a compra de armas e drogas com fornecedores do Paraguai, gerenciava o armazenamento dos entorpecentes do tráfico internacional em imóveis do município.
O G1 teve acesso às escutas telefônicas obtidas pelo MPE e autorizadas pela Justiça. Uma gravação do dia 8 de junho de 2010 revela uma dessas negociações. O presidiário da penitenciária de Presidente Venceslau (SP), Samuel Augustino Roque dos Santos, conhecido como Tio Pec, conversa com o traficante paraguaio Carlos Antonio Caballero, o Capilo. Eles discutem como fazer para entregar uma encomenda de drogas a outro traficante - Grauber Compri, o Da Princesa. "O Bonitinho falou que pega a caminhada [droga] dele lá na mão do Nenê", diz Tio Pec ao paraguaio.
Negociações
Além de armazenar drogas do tráfico internacional em Ribeirão Preto, o traficante Almir Rodrigues Ferreira, mais conhecido como Nenê do Simioni, é apontado como um dos principais elos de negociação com fornecedores de armas e drogas do Paraguai. Nenê liderava, direto da penitenciária de Presidente Venceslau, transações para compra de entorpecentes provenientes do Paraguai e da Bolívia. Segundo denúncia do MP, a droga negociada pelo traficante era distribuída por todo o Estado de São Paulo.
De acordo com a apuração do MP, as negociações de Nenê não ficavam somente com os fornecedores do Paraguai. No dia 16 de abril de 2011, o traficante recebeu uma ligação de Gralber Compri, o Da Princesa - integrante da facção que estava na rua - falando que havia enviado uma carta para Nenê com uma proposta de compra de uma aeronave.
Prisão
Nenê foi preso em 2007 na favela do Simioni após uma apreensão da Polícia Federal, em Pradópolis (SP), de um arsenal de armas trazido por um avião de contrabandistas. O carregamento tinha fuzis, metralhadoras, granadas e até um lançador de foguete usado pelo Exército de Israel. O armamento seria distribuído para ladrões de bancos e traficantes.
Desde então, Nenê está preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau (SP). Ele foi condenado a 30 anos de prisão por tráfico internacional.
FONTE: G1.GLOBO.COM
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