Diferente de outros grupos de elite das polícias do Brasil e iguais a muitos outros do mundo, a CORE da Polícia Civil do Rio de Janeiro não atua apenas no campo operacional.
Seu reconhecimento se deve a diversificação de suas atuações na defesa da sociedade, passando por missões policiais cirúrgicas a resgates milimétricos em desastres naturais.
Seus integrantes são tratados como heróis por quem precisou de seus serviços e seu reconhecimento está apenas no sentimento de dever cumprido.
Algumas de suas missões são tratadas por parte da mídia como sanguinárias para vender suas notícias fora do contexto de um campo de batalha. Mas nós sabemos que seus erros são a essência de sua precisão.
Em qualquer país desenvolvido os integrantes da CORE/PCERJ estariam no mais alto pedestal dos heróis de uma nação.
HISTÓRIA DA CORE / PCERJ: A VERDADEIRA POLÍCIA DE ELITE BRASILEIRA
Em um breve relato histórico, desconhecido por muitos profissionais de segurança pública, a primeira unidade de operação especial foi criada em 4 de julho de 1969, com o surgimento do GOEsp (ou GOE - Grupo de Operações Especiais), elaborado pelo então detetive-inspetor José Paulo Boneschi no antigo estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro.
Composto inicialmente por apenas 12 homens, visava reprimir focos de terrorismo político que surgiam no país. Conforme consta escrito em sua formação original, o grupo era destinado a apoiar as demais unidades policiais civis daquele extinto estado e deveria possuir alto grau de espírito em equipe, dominar a técnica de desativar e desmontar engenhos explosivos, ter completo conhecimento de armas e destreza em sua utilização, ter ainda formação em alpinismo militar, operações helitransportadas e em artes marciais.
O projeto avançou e logo depois, em agosto de 1971, foi criado o Serviço de Operações Especiais – SERESP, o qual consta ser a primeira unidade policial no Brasil a formar atiradores de elite. Após várias denominações e atualizações, esse grupo é hoje a Coordenadoria de Recursos Especiais do Rio de Janeiro (CORE/RJ).
A principal atuação da CORE é o apoio operacional policial, em qualquer área, e não apenas em locais de alto risco. Presta ainda apoio aos outros órgãos policiais, executa serviços de resgates, operações com cães farejadores, confecção do retrato falado, segurança de autoridades, segurança em consulados e operações com explosivos.
Essa diversidade de atuações, apesar de sua prioridade em operações táticas policiais, faz esse grupo policial ser um dos mais completos e respeitados do mundo. Sua atuação, no Brasil, é por vezes ofuscada pela atuação de grupos de intervenção policial, como o BOPE/RJ e GOE/SP, que atuam apenas em operações de combate ao crime em áreas de alto risco e resgate de refém. A CORE vai muito além dessas atuações, o que não vale a comparação.
Exemplo dessa atuação é forma como está estruturada as unidades operacionais da CORE:
Serviço de Operações e Táticas Especiais - SOTE
Seção de Operações Táticas – SOT;
Grupo de Operações Especiais – GOE;
Seção de Operações Aéreas – SOA;
Seção de Operações Marítimas e Ribeirinhas – SOMAR;
Seção de Gerenciamento de Crises – SGC;
Seção de Treinamento Especializado – STE;
Seção de Logística e Equipamentos – SLE.
Serviço de Apoio Policial - SAP
Serviço de Planejamento Operacional - SPO
Serviço Aeropolicial - SAER
Esquadrão Anti-bomba - EAB
Serviço de Suporte Operacional - SESOP
Para fazer parte dessa Polícia de Elite, conforme o cronograma do ano de 2009, é necessário realizar o Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), que visa o aprimoramento técnico profissional do servidor da área de segurança pública (de qualquer Estado) e habilita o policial civil do Rio de Janeiro ao ingresso na Seção de Operações Táticas Especiais (SOTE).
O principal requisito para realizar o COTE é ser policial voluntário. É necessário participar do exame de condicionamento físico de caráter eliminatório e classificatório, entrando no curso, que dura 1 mês, somente os 50 primeiros colocados.
No COTE de 2009 foi solicitado os seguintes exercícios, conforme a pontuação mínima do exame (5 pontos):
I – Corrida de 7.500 metros em 41 min
II – Barra pronada – 8 repetições
III – Barra pronada com 10kg preso ao corpo – 5 repetições
IV – Flexão de braço – 30 em 1 minuto
V – Abdominal remador – 30 em 1 minuto
VI – Natação 800 metros (no mar) – 26 minutos
VII – Natação 100 metros (piscina) – 2:10 minutos
VII – Flutuação equipada (gandola/calça/coturno) – 15 minutos (eliminatória)
As disciplinas oferecidas no curso são: operações marítimas, rapel tático, escalada, sobrevivência e combate na mata, progressão em área de risco, luta, tiro tático policial, artefatos explosivos, gerenciamento de crises, entre outras.
Com a aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, a CORE está intensificando os treinos dos agentes, simulando outras situações de risco, diferentes das treinadas no cotidiano, para evitar até ataques terroristas.
O curso de 2009, foi composto inicialmente por 32 policiais e teve apenas 13 aprovações ao final do curso.
Por estratégia, a Secretaria de Segurança Pública não informa exatamente quais são as armas utilizadas hoje pela CORE.
Oficialmente, os policiais estão armados com fuzis 7,62, pistolas ponto 40 e carabinas ponto 30. Porém, diversos tipos de fuzis, submetralhadoras, explosivos de uso militar e rifles são vistos em operações, como o Fuzil Automático Leve – FAL, o M16 A2 e o G3.
Quando crianças acreditamos em heróis com poderes especiais. A vida nos induz a acreditar que isto não existe. Mas com o tempo percebemos que realmente alguns tem poderes especiais. No Rio de Janeiro, esses heróis são formados na Coordenadoria de Recursos Especiais – CORE.
escrito por Marcio Gerente
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