Avisos feitos por telefone foram direcionados a associação de classe.
Incidência de ligações coincide com atentado a tiros contra sargento.
foto: google imagens
Do G1 Piracicaba e Região
A Associação das Praças Policiais Militares da Ativa e Reformados do Estado de São Paulo (Appmaresp) recebeu 40 denúncias de ameaças de morte a policiais em Piracicaba (SP) nas últimas três semanas. O período coincide com o atentado contra um sargento da corporação, que morreu após ser alvo de 13 tiros na porta de um restaurante. As ameaças foram feitas pelo telefone 190 e encaminhadas à Appmaresp, que deve cobrar um posicionamento do comando da PM local.
Sargento da PM de folga levou 13 tiros em frente a restaurante (Foto: Diego Spigolon/Arquivo pessoal)
Relato de PM
Normalmente, segundo o presidente da entidade, Marco Ferreira, a associação não recebe avisos deste tipo. O número total, porém, pode ser maior, já que nem todas as ameaças são comunicadas. "O policial sabe que está desprotegido, por isso não pode falar. O artigo 166 do Código Penal Militar diz que o PM que publicar ou fazer crítica indevida pode ser penalizado com até um ano de detenção", disse.
O sargento Arnaldo Francisco de Brito, de 44 anos, foi baleado na noite do último dia 14 durante a folga e morreu no dia 22. Ele atuava na Força Tática. A Polícia Civil investiga se o atentado foi em represália à morte de um suspeito que trocou tiros com PMs no último dia 12 no bairro Bosques do Lenheiro, em Piracicaba. O acusado de atirar no sargento morreu durante tiroteio com policiais em Brotas (SP) na sexta-feira (27).
Um policial militar que pediu para não ter a identidade publicada disse que os agentes estão aflitos. "A situação está descontrolada e nenhuma medida de segurança foi tomada pelo comando. E ainda temos informações de que os criminosos estariam recebendo armas para nos atacar", relatou à reportagem do G1.
Crime hediondo
O presidente da Appmaresp relatou que desde o início deste ano foram assassinados 64 policiais no estado de São Paulo e cinco sobreviveram aos atentados. Ferreira disse ainda que tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que torna hediondo crimes contra agentes públicos de segurança (policiais militares, civis e guardas municipais).
Velório do sargento da PM que foi alvo de 13 tiros em Piracicaba (SP) (Foto: Edijan Del Santo/EPTV)
Guarda Municipal
"Estamos juntos com a comissão dos direitos humanos dos policiais tentando sensibilizar o governo através da conscientização do cidadão comum. Estamos fazendo faixas, passeatas e estamos em contato com as famílias das vítimas para prestar o apoio social", relatou Ferreira.
Guarda Municipal
O presidente da Associação dos Guardas Municipais de Piracicaba, Marcos César de Jesus Ramos, afirmou que a entidade ainda não recebeu denúncias de ameaças contra os agentes, mas recebeu a informação de que armas estariam chegando à cidade e emitiu alerta. "Estamos em estado de atenção para evitar que novos ataques aconteçam. É normal ter uma tensão, já que não se sabe o que pode acontecer", relatou. O comando da Guarda Municipal informou que orienta os guardas a trabalharem "com cautela" nas ruas.
A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de assessoria de imprensa, que o ataque ao sargento Brito está sob investigação, mas não se posicionou sobre a estatística apresentada pela Appmaresp. A assessoria de imprensa da PM informou que os integrantes da corporação estão sendo orientados e instruídos sobre medidas de segurança pessoal no horário de folga.
ilustração - fonte: http://f.i.uol.com.br/folha/cotidiano/images/1317675.jpeg
A PM informou também que tem realizado operações em locais identificados como "de grande incidência criminal" e que "possam abrigar indivíduos que venham a atentar contra a força de segurança". O comando da corporação também informou que vem trabalhando em em parceria com a Polícia Civil e a Guarda Municipal para garantir a segurança em Piracicaba.
fonte: g1.globo.com
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