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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

De tocaia, elite da PM está à espera de resgate de Marcola

Plano ousado de facção criminosa pretende usar helicóptero camuflado da PM em fuga









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Policiais estão no Presídio de Presidente Venceslau à espera de possível resgate de chefes de facção criminosaAlex Silva/14.05.2006/Estadão Conteúdo

Uma equipe de 15 homens do COE (Comando de Operações Especiais) com seis atiradores de elite está de tocaia na mata ao redor da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista, à espera da tropa do PCC (Primeiro Comando da Capital) que planeja resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros três líderes da facção. Eles podem até derrubar aeronaves que se aproximarem da prisão.

Os atiradores — chamados de snipers - têm fuzis de calibre 5,56 mm. Eles estariam ainda com um fuzil calibre .50. O armamento é suficiente para abater o helicóptero que tentar retirar os bandidos da prisão.

Os homens do COE foram deslocados da capital para o interior. Em 2011, quando outra tentativa de resgate de presos foi descoberta, a cúpula da Segurança Pública decidiu então mandar para a cidade os homens das Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), cuja presença ostensiva servia para dissuadir ações dos criminosos na região.

Facção criminosa pretendia resgatar Marcola com helicóptero camuflado da PM
Com dinheiro do tráfico, bandidos fazem voos de rotina e aula de pilotagem

Hoje, a cúpula da Segurança deveria se reunir para analisar a situação. Participariam do encontro os secretários da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Também deveriam estar presentes o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Blazeck, e o diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), Wagner Giudice.

Eles decidiriam quais os próximos passos da polícia para tentar desarticular o plano dos criminosos. Uma das medidas possíveis seria pedir à Justiça o isolamento de Marcola e dos demais envolvidos no plano de fuga no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), da Penitenciária de Presidente Bernardes.

Um dos problemas enfrentados pelos envolvidos na investigação é o risco de o PCC tentar usar no resgate pilotos de helicóptero sequestrados em São Paulo ou em Curitiba. Essa alternativa foi identificada pelos integrantes da inteligência policial durante as interceptações telefônicas.

 No começo de seu planejamento, a organização criminosa havia optado por treinar três de seus integrantes, financiando um curso de pilotagem de helicóptero para seus soldados. Mas os criminosos enfrentaram alguns contratempos, como a dificuldade de aprender a pilotar diferentes aeronaves e a prisão do professor que ensinava seus homens no Campo de Marte. Assim, a facção começou a cogitar a usar pilotos sequestrados na ação, que seriam feitos reféns e obrigados a levar a tropa de assalto da facção até o presídio, no interior.

Um desses voos foi fotografado pelos agentes da polícia em 29 de novembro do ano passado. O suspeito Marcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, foi quem contratou o voo panorâmico em São Paulo para testar o esquema — ele fez isso duas vezes, segundo a polícia, naquele mês.

No dia 6 deste mês, por exemplo, os criminosos agendaram mais um voo de helicóptero para testar o esquema. O serviço foi feito por uma mulher. No dia 8, outro helicóptero foi alugado para simular voos até as cidades de Porto Rico e de Loanda, ambas na região de Maringá, no interior do Paraná. Um inquérito foi aberto pelo Deic sobre o caso.

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