Equilibrar-se em duas rodas é um desafio e tanto. Imagina fazer isso em alta velocidade, em uma via bastante movimentada e ainda sendo responsável pela segurança do trânsito no local. Apesar de difícil, esse desafio é comum para o sargento Fernando Marcos Pinetti, há 17 anos no Pelotão de Motos do Batalhão de Polícia Rodoviária.
“A moto não é perigosa, o condutor é que se expõe ao risco”, sentencia Pinetti. Em 25 anos que ele pilota uma motocicleta, sofreu apenas três acidentes. O mais grave foi ano passado quando um motorista jogou o carro pra cima dele. Apesar do susto, a paixão pelas duas rodas falou mais alto. “Nunca pensei em deixar de ser motociclista”.
A Polícia Militar do Distrito Federal possui dezenas de motociclistas no policiamento diário. Para ser um deles, o policial precisa ser aprovado no curso específico, que dura cerca de dois meses em período integral, com instruções inclusive à noite.
O primeiro pelotão de moto da PMDF foi criado em 1969, na antiga Companhia de Policiamento de Choque.
Experiência - O tenente Tony Curtis está a um passo da aposentadoria. São 29 anos como policial militar. Nessa fase, muitos policiais procuram lugares tranquilos para trabalhar. Não é o caso de Tony Curtis. Há 14 anos, o trabalho dele é em cima de uma motocicleta.
“Desde criança eu queria ser motociclista por causa dos seriados de TV”, recorda-se. Talvez por a paixão ser antiga, Tony Curtis não pensa em deixar o Pelotão de Motos enquanto estiver na PM.
Um dos trabalhos que mais exigem dos motociclistas são as escoltas de autoridades. Recentemente todos os motociclistas do Batalhão de Trânsito e do Batalhão de Polícia Rodoviária foram empregados nas escoltas das seleções que disputaram a Copa do Mundo e nas dos presidentes dos países que formam o BRICS (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Para o sargento Pinetti, as escoltas mais difíceis que já fez foram as dos presidentes Bill Clinton e Fidel Castro. “As comitivas não permitiam a presença de nenhum carro no trajeto”, lembra.
Mas para ele as mais emocionantes foram a do Papa João Paulo II e a da seleção pentacampeã do mundo de futebol, em 2002. “A população toda envolvida nessas duas escoltas me emocionou muito”.
Agilidade - As motocicletas dão agilidade ao patrulhamento. Por isso, estão presentes em todas as unidades policiais do Distrito Federal.
Além de apaixonados por motos, os motociclistas da PM são peritos na condução desses veículos. “A gente aprende técnicas até pra cair”, explica o cabo Harlem Perpétuo, da Rotam.
Desde que entrou na PM, em 1999, Harlem sonhava em integrar um pelotão de motos. Mas teve que esperar muito até concretizar o desejo. Somente em 2011, ele conseguiu fazer o curso de moto-patrulhamento.
Mesmo trabalhando em unidade especializada da PM, a Rotam, Harlem sentia que seu trabalho não rendia tanto quanto se ele estivesse sobre duas rodas. “O deslocamento é mais ágil. O campo de visão é maior. Há uma maior aproximação com a população, e, claro, a sensação de liberdade”, resume Harlem.
Uma prática comum nos pelotões de moto é a oração feita pelos integrantes antes de assumirem o serviço. Como reconhece o cabo Harlem, “voltar para casa é um milagre de Deus”.
Fonte: PMDF , fotos: google imagens
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