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Policiais da Rota, tropa de elite da Polícia Militar paulista, apreenderam na noite de anteontem R$ 2,1 milhões, em espécie, em um escritório no Bom Retiro, na região central de São Paulo.
O dinheiro, investigado como lucro proveniente do tráfico de drogas na zona norte e na cracolândia (centro), estava acompanhado de uma lista com dezenas de nomes e apelidos de policiais.
A polícia investiga se o montante se destinava ao pagamento de propina a policiais corruptos, por causa das festas de fim de ano.
A localização do escritório ocorreu depois de o serviço de inteligência da Rota conseguir informações sobre três carros que circulavam na quinta-feira pelo Bom Retiro.
Os PMs encontraram os veículos e detiveram seus quatro ocupantes. Ao interrogá-los, um deles revelou onde ficava o escritório, em cima de uma loja de roupas.
Os policiais foram ao local com os suspeitos e, durante revista, acharam os R$ 2,1 milhões, uma pequena quantidade de drogas e a relação com os nomes de policiais.
Tudo foi apreendido, assim como computadores e pendrives, nos quais foram achados registros contábeis da movimentação do tráfico na cracolândia e na zona norte.
A polícia suspeita que escritório e dinheiro pertençam ao grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).
CORREGEDORIA
Por causa da lista com nomes de policiais, a cúpula da Secretaria da Segurança Pública foi avisada sobre a operação policial antes mesmo de ela ter sido encerrada.
A determinação do secretário Fernando Grella Vieira e do comandante-geral da PM, Benedito Roberto Meira, foi que o caso fosse encaminhado à Corregedoria Geral da Polícia Civil -inicialmente, a suspeita era que os nomes eram de policiais civis.
Ontem, ao investigarem os a lista, policiais do órgão concluíram que os nomes não são de membros da Polícia Civil, mas de integrantes da própria PM. A relação foi encaminhada então à Corregedoria da Polícia Militar.
'PERUGATE'
No órgão fiscalizador da Polícia Civli, a lista com os nomes dos policiais que supostamente iriam receber propina de traficantes passou a ser chamada de "Perugate".
Os delegados e os investigadores da Corregedoria da Polícia Civil suspeitam que os R$ 2,1 milhões seriam usados para o que chamam de "taxa do peru", alusão ao pagamento de propina para engordar as festas de fim de ano de policiais corruptos.
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