Florianópolis/Mossoró – A Polícia Civil, por meio da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), na última terça-feira, 7, desencadeou a "Operação Íris", que visou combater o avanço da facção criminosa PGC em solo catarinense. Foram expedidos pela Justiça de Santa Catarina: 15 Mandados de Prisão Preventiva e 10 Mandados de Busca e Apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas em Santa Catarina, nas cidades de São José, Palhoça e Florianópolis, além de três prisões e duas buscas na cidade de Mossoró-RN e uma condução coercitiva. Na capital, os mandados foram cumpridos nos bairros Costeira, Monte Cristo, Morro do Horácio, Jurerê e Ingleses.
As medidas judiciais na cidade de Mossoró/RN foram exercidas por uma equipe da DEIC-SC com apoio da Polícia Civil do Rio Grande do Norte e do Ceará. Além disso, todas as divisões da DEIC (LAB-LD, DCCPP, DRAS, DD, DENARC e DFRV) participaram das ações em SC, sem contar a Delegacia de Repressão a Roubos (DRR) da Capital e a Delegacia de Combate às Drogas também da capital (DECOD). 12 pessoas foram detidas no transcorrer da Operação, sendo 4 homens e 8 mulheres, restando foragidos apenas 3 indivíduos.
Um dos indiciados possui participação no homicídio da agente prisional que era esposa do ex-diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, crime que ocorreu em 2012 e foi atribuído à uma facção criminosa atuante no Estado. Foram apreendidos aparelhos celulares, computadores, documentos relacionados à facção e uma pistola 7.65.
Balanço
Numa primeira fase da operação, ocorrida em maio de 2015, foram cumpridas buscas e apreensões em Florianópolis/SC e Mossoró/RN. De posse do material apreendido, no transcorrer dos trabalhos investigativos ficou evidente o esquema criminoso patrocinado pela facção para prosseguir com a comunicação entre membros, mesmo que estes estejam presos em unidades federais fora de Santa Catarina, sendo que, para subsidiar tal logística, a facção faz uso da arrecadação do dízimo de seus membros criminosos através, principalmente, do tráfico de drogas e assaltos.
A organização definiu que para acompanhar com maior atenção seus membros que fossem transferidos para Penitenciárias Federais, iriam mandar algumas esposas destes reclusos para Mossoró/RN para que o canal de comunicação não fosse interrompido. A facção, através do chamado "apoio", patrocinava as passagens aéreas, os aluguéis de imóveis, alimentação, pagava contas de água, táxi, luz e telefone, chegando até a mobiliar as habitações alugadas para que as "cunhadas" (esposas e parentes de presos faccionados) pudessem exercer suas funções dentro da facção e servir como elo de comunicação entre seus maridos e a porção de faccionados que ainda continuam em solo catarinense.
Assim, a cadeia de comunicação da facção criminosa era perpetuada, tentando não perder o vínculo entre seus membros e usando dinheiro proveniente de crimes para fomentarem a manutenção e evolução contínua.
Com a criação da DRACO/DEIC na gestão do Dr. Laurito Akira Sato, buscou-se enfraquecer a atuação das facções criminosas e este trabalho especializado, conjugado com a constante troca de informações entre as demais Unidades e órgãos de Inteligências da Polícia Civil (DIPC) e SSP (DINI), resultou na desestruturação das facções identificadas que possuem membros no estado.
A operação foi batizada de "Operação Íris" numa alusão à personagem da mitologia grega Íris, que tinha como função ser a mensageira do Monte Olimpo.
Ao todo, 12 pessoas foram presas até o momento.
fonte: PC/SC
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